O Sol e a Pele

Tiago Torres
Dermatologista no Grupo CMP – CMP S. João da Madeira e CMP Vale de Cambra
Professor Auxiliar Convidado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto

O sol é essencial para a vida humana. Constitui uma importante fonte de energia, calor e luz, sendo essencial para a saúde, salientando-se o seu papel na síntese da Vitamina D, fundamental para o bom funcionamento do corpo humano. Apesar da sua importância, a incidência e prevalência do cancro de pele têm vindo a aumentar, provavelmente associado a comportamentos de risco, como uma maior exposição à radiação ultravioleta onde se inclui a exposição solar e aos solários.

Desde que diagnosticados precocemente, a maioria, os cancros de pele são curáveis. Assim, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais.

A prevenção do cancro de pele tem dois componentes essenciais, a prevenção primária que assenta na educação e informação da comunidade, com o intuito de promover uma mudança nos comportamentos e uma relação mais saudável com o sol e, também, através do diagnóstico e tratamento precoce de todas a formas de cancro de pele, em particular do melanoma.

A dermatologia tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamentos das lesões cutâneas. A experiência adquirida na correcta identificação de lesões suspeitas, a utilização de várias técnicas de diagnóstico como a dermatoscopia, e o atempado tratamento com cirurgia e/ou laser, fazem com que esta especialidade seja essencial.

O auto-exame da pele por parte do doente é particularmente importante e deve ser efetuado cada 2 meses, no sentido de identificar precocemente alterações nos sinais, na forma, cor ou tamanho ou o aparecimento de lesões cutâneas ulceradas, que não cicatrizam, recorrendo ao dermatologista para um diagnóstico definitivo e tratamento se necessário. Desta forma é fundamental reconhecer os sinais de alarme para recorrer ao médico atempadamente.

Finalizando, o Sol é importante e essencial mas é necessário ter com ele uma relação saudável, com respeito e precaução.

Anestesiologia como Especialidade Médica

A Anestesiologia é uma especialidade médica que sofreu uma evolução importante nos últimos 20 anos, abrangendo não só a intervenção no bloco operatório, mas também outras áreas, tais como a medicina da dor (dor crónica e aguda), a medicina intensiva, a emergência médica (reanimação) e a medicina peri-operatória (avaliação pré, intra e pós-operatória).

A Anestesiologia engloba a prestação de um conjunto de cuidados específicos com o objetivo de eliminar ou atenuar a dor, reduzir ou suspender totalmente  os movimentos voluntários autónomos, atenuar ou suspender o estado de consciência vigíl, mantendo o equilíbrio das funções orgânicas e dos sinais vitais, identificando e tratando complicações potencialmente ameaçadoras à vida e promovendo a segurança e o bem estar dos doentes que vão ser submetidos a procedimentos cirúrgicos.

Estes profissionais estão também presentes em alguns exames auxiliares de diagnóstico pelo risco que estes comportam (ex: cateterismo cardíaco), mas também para proporcionar conforto e segurança em exames que provocariam dor caso não fossem realizados com sedação anestésica (ex: endoscopia digestiva alta e colonoscopia) ou em situações como exames de imagiologia (ex: ressonância magnética, tomografia computorizada) em crianças ou doentes incapazes de colaborar.

A intervenção do anestesiologista começa antes do procedimento e termina muito depois do mesmo. Frequentemente, quando a um doente é proposta uma cirurgia ou exame diagnóstico, é marcada uma consulta de anestesia em que é efetuada uma avaliação médica ao doente.Para assegurar todas as condições para uma anestesia segura é necessário obter informações sobre alergias, medicação habitual, anestesias e cirurgias préviase doenças, nomeadamente do foro cardíaco e respiratório. É pedido que os doentes levem à consulta toda a informação médica que tenham em casa, incluindo exames anteriores para que o anestesiologista tenha um conhecimento total da sua situação clínica e assim dar as indicações necessárias para que o procedimento decorra de forma segura e sem intercorrências. Poderá ser necessário pedir mais exames auxiliares de diagnóstico (ex: análises, eletrocardiograma, entre outros) para completar o estudo.

Os médicos anestesiologistas são profissionais treinados para lidarem de forma pronta e eficaz com as situações de grande emergência e gravidade. Estão preparados para saber liderar o grupo de profissionais que atuam nessas situações.

Os locais de intervenção dos anestesiologistas estão sempre equipados de monitores e máquinas que permitem um bom controlo das funções vitais do doente, durante o período em que este geralmente perde a consciência e o controlo sobre o que lhe possa acontecer. O anestesiologista permanece durante todo o procedimento junto do doente, monitorizando continuamente as suas funções vitais, como os batimentos cardíacos, tensão arterial, respiração, temperatura corporal, entre outros, cuidando da manutenção do seu bem-estar e tratando qualquer questão que possa surgir, consequência da cirurgia e/ou procedimento técnico diagnóstico a que está a ser submetido ou de alterações resultantes das doenças que apresenta previamente ao procedimento.

Perda de Audição

A perda de audição ou surdez é um distúrbio que pode afetar todas as idades, sexos, e tem um grande impacto nas actividades pessoais e profissionais.

A diminuição ou alteração de audição (surdez) produz uma redução na perceção de sons e dificulta a compreensão das palavras e conversas. A dificuldade aumenta com o tipo e grau de perda auditiva. A perda auditiva normalmente divide-se em dois tipos de perdas de audição: hipoacusia de condução e hipoacusia neuro-sensorial. Em relação ao grau, a surdez pode variar em ligeira, moderada, severa e profunda.

Os sinais de alerta mais comuns que indiciam para a perda de audição no adulto são:

  • Dificuldade em ouvir ao telefone
  • Não ouvir a campainha da porta
  • Achar que os sons estão “abafados”
  • Ter de esforçar-se para perceber uma conversa
  • Compensar com a leitura dos lábios
  • Pedir frequentemente para as pessoas repetirem o que estão a dizer ou para falarem mais alto, e mais devagar
  • Dificuldades de concentração em reuniões, conversas com mais de um interveniente ou em locais públicos em que exista barulho de fundo
  • Os seus familiares queixarem-se que o som da televisão, aparelhagem ou o toque do seu telemóvel está sempre muito alto

O otorrinolaringologista poderá diagnosticar o seu problema através de exames complementares que serão efetuados de acordo com a sua situação clínica (audiometria, impedancimetria, timpanograma, potenciais evocados do tronco cerebral, entre outros exames) e encaminhá-lo em relação ao tratamento mais adequado relativamente a perda de audição.